Mas que mãe é essa que quer ser, se faz mãe e depois se reduz a meio tempo?
Que mãe é essa a que se dá tão imensamente e depois quase desaparece?
Que mãe é essa que semanalmente se esvazia na casa, no tempo, no modo de cuidar como mãe?
Que mãe é essa que aceitou não estar sempre a controlar?
Essa é exatamente a mãe que quer cuidar bem
Que tem força para recomeçar
É a mãe que sonha coerência e pacote inteiro para si e seus filhos
É a mãe que se reposiciona em novos papéis para avançar melhor
A que procura um caminho saudável depois de ter visto estagnação que não se queria transformar em ação
É a mãe que se desfaz em oceanos de lágrimas por ter posicionado os filhos onde visceralmente não queria
É a que resgata forças para reescrever histórias e dar um rumo diferente num sentido sadio
É a mãe que luta para que padrões viciados não vençam
É a mãe que não quer ver crescer ilusão, nem mecanização em vez de humanização
É a que deseja, acima de tudo, chama acesa de coração
Nesse lugar único de ser mãe.
Helena Brou Gomes
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