Não vejo nem sinto
Saudade num pretérito limpo
Parece que sobre o passado
O Homem anda meio enganado
Confunde-se saudade com nostalgia
Apego em tom de agonia
Por vezes vive-se saudade como prisão
De memória e emoção
Canta-se, chora-se, declama-se com dor
Algo por resolver que se mostra com ardor
Por outro lado
Noutro tempo da linguística
Num presente que se vive
A saudade é resolúvel de viver
De estar, abraçar, ver crescer
Situações e pessoas a bem querer
Esta sim, sabe bem
Impulsiona o ser
Alimenta a vontade de fazer acontecer
Que se desafie a saudade de querer viver!
Helena Brou Gomes
In: Saudade (2023). Entre o Sono e o Sonho volume XV. Antologia de poesia portuguesa contemporânea. Lisboa: Chiado Books
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